Tuesday, April 19, 2011

Directo do Baú (escrito na Muy Invicta Cidade do Porto, aos 30 de Outubro de 2009)

as paixões consomem-nos, corroem-nos, matam-nos, são implacáveis, destroem-nos de um só golpe.. atacam-nos qd menos esperamos e tomam conta de nós....

o amor.. esse cresce devagarinho, vai-se infiltrando nos nossos poros, no nosso sangue, transforma-nos de tal forma devagar que não damos por isso, não enquanto vivemos a 100 à hora, a resolver problemas e mais problemas, a pensar em milhentas coisas em simultâneo...

comigo foi assim, jurei e afirmei tanta vez no meio do corropio da minha vida: "não estou apaixonada por ti". e não estava, tanta vez que disse no meio do barulho das luzes que me ofuscavam: "só gosto de ti como amigo"...

e depois, qd finalmente nos sentamos no fundo do buraco pelo qual temos vindo a cair, qd nos encostamos às paredes daquele túnel por onde escorregamos qual Alice no País das Maravilhas mas que no fim tem apenas espaço para nós e está escuro...

qd nos habituamos ao silêncio que ali impera, e a nossa mente deixa de divagar e se concentra apenas no que sentimos, qd nos despojamos de tudo o que acessório e desnecessário, qd qual navio no meio de uma tempestade, largamos o lastro... então ai percebemos o que é realmente importante, o que realmente nos faz falta.. sem máscaras, sem artifícios....

ou pelo menos eu percebi que dentro de mim se tinha instalado um hóspede... o meu amor por ti....não sei como entrou, como se colocou tão à vontade... e como de repente passou a fazer parte de mim... não me consome, não me destrói... limita-se a estar aqui, a acompanhar-me para onde quer que vá... a sussurrar-me baixinho que n se vai embora, que se entranhou em mim e não sai...

se isto faz de mim mentirosa??? não,eu não menti, apenas n soube perceber o que fazia manter-te na minha vida... agora percebo... era aquilo que clandestino e escondido acabou por se revelar qd toda eu relaxei......

devaneios

"Abstinência é uma atitude humana de decisão que caracteriza-se por abster-se de alguma coisa como uma bebida, um alimento ou até mesmo uma necessidade ou privar-se de fazer uma determinada ação. "A abstinência é a renúncia voluntária à satisfação de um desejo ou necessidade""

então e quando não é voluntária?? quando começa por ser uma decisão de "ai agora vou dedicar-me a isto e esquecer aquilo" e de repente acordamos e percebemos que o aquilo já não está tão ao nosso alcance como gostariamos... ou pelo menos o "aquilo" que queriamos....

há fases na vida em que decidimos que a abstinência é o melhor remédio ou o melhor paliativo, quando estamos constipados e deixamos de fumar, quando engravidamos e deixamos de beber alcóol... quando na quaresma nos privamos de doces de forma a assim melhor percebermos o sentido da quadra... então e quando nos privamos de necessidades, desejos e vontades, que, diga-se de passagem, só trazem benefícios para a saúde?

é que há alturas em que a abistinência é fácil de ultrapassar, outras em que se transforma numa serpente de duas cabeças, inserida no mais profundo do nosso ser e que nos consome, transforma-nos e leva-nos a ver o mundo de uma forma diferente...

há quem corra, prepare meias maratonas, reze, medite de forma a melhor aguentar as abstinências, sejam elas voluntárias ou involuntárias... há quem se dedique à jardinagem, à leitura, a ouvir musica clássica ou a trezentas mil coisas...

e depois há quem, apenas porque a mente e a imaginação são coisas muito traiçoeiras, se dediquem a pensar no que lhes faz falta.... mesmo que depois não façam nada para suprir essa falta...

disseram-me no outro dia: "acordei a precisar de mimo"... definam "mimo" por favor... porque quando a abstinência se começa a tornar séria... não é o mimo que faz falta... é o estado mais puro daquilo de que nos abstemos... será que um fumador que acorde com vontade de um cigarro se satisfaz com uma pastilha de nicotina? claro que não... da mesma maneira que alguém que está em abstinência física não se satisfaz com cafunés na cabeça ou com palavras bonitas...

e isso é perigoso, leva-nos à chamada decadência... porque afinal, há promessas, há amor e depois há sexo... o sexo puro.. cuja intensidade é medida apenas pela capacidade de que duas pessoas têm de se entregarem e de, por momentos, horas ou dias, se fecharem num casulo intimo, onde apenas contam os corpos, os movimentos e as danças que se dançam a dois.... e nesse momento, o sexo não é fugaz, não é algo que se resolve e já está...é um momento de comunhão de corpos (que as almas aqui são meras espectadoras), prolongado em conversas fúteis e ligeiras... intercalado com copos de vinho, morangos, uvas, chocolates e outros alimentos que tais e que deixam apenas a marca do cansaço.... da languidez e da satisfação plena..

quanto às almas essas... definitivamente não são nem tidas nem achadas...

Saturday, April 02, 2011

comer.... orar.... amar

comer... 1ª fase.... não obrigada... demorei muito tempo a estabilizar abaixo dos 58.... não me apetece sair daqui....
orar... 2ª fase... já tentei... a minha mente tem dificuldades em libertar-se do mundo... experimentem os puzzles, são a minha meditação...
amar - 3ª fase... acho que comecei ao contrário.. já amei, já fui amada, já desprezei e fui desprezada... já magoei e fui magoada... estou cansada... amar cansa... amar desgasta...

no fundo... come-se.... ora-se e ama-se... mas há filmes melhores.....
se bem que... tem a cena perfeita perfeita...... e tão verdadeira... pelo menos nos dias que por mim correm....

ahhhh e tem outra coisa perfeita... pelo menos em parte do filme..... sabem o que é??? vá lá adivinhem...... o Bardem claro está...e a falar com sotaque....:-)